quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Texto de outro Simões...

Saiu na BBC:

O desafio de ir e vir

Categorias dos posts:

Rogério Simões | 2009-12-30, 11:23

airport.jpgNão é à toa que a rede extremista Al-Qaeda é obcecada pela ideia de derrubar aviões civis ou usá-los como armas contra alvos no Ocidente. Se os bem-sucedidos atentados de 11 de setembro de 2001 deixaram milhares de mortos, a operação de dias atrás envolvendo um jovem nigeriano mostrou que, mesmo frustrados, tais ataques conseguem abalar o inimigo. A fiscalização em aeroportos já aumentou, as falhas no sistema de vigilância americano foram expostas, irritando o presidente Barack Obama, e muitos passageiros voltaram a sentir um medo adicional de embarcar em um voo internacional. Para a Al-Qaeda, atentados contra voos comerciais parecem ser uma ação de retorno certo: quando funciona, mata centenas ou milhares e espalha o medo. Quando fracassa, ainda assim aterroriza futuros passageiros e impõe custos adicionais nos sistemas de vigilância.

Os custos para a sociedade de tais ousados planos terroristas não seriam tão altos se o embarque em um avião para cruzar fronteiras ou continentes não tivesse se tornado uma atividade tão disseminada pelo mundo, considerada quase uma necessidade básica em tempos de globalização. Tanto os últimos anos do milênio passado como os primeiros deste foram marcados pelo facilitado acesso a viagens de avião para a população de classe média ou mesmo de baixa renda. A proliferação de companhias aéreas de baixo custo e a ampliação do crédito, fenômenos permitidos pela globalização, reduziram distâncias e fizeram das viagens aéreas um bem sem o qual muitos não conseguem mais viver.

Na verdade, não é apenas a Al-Qaeda que provoca dor de cabeça na indústria do transporte de pessoas. As fortes nevascas que têm atingido a Europa e a América do Norte causaram enormes transtornos a milhares de passageiros que simplesmente "tinham" de viajar. A necessidade de visitar parentes ou amigos em outro país, de cruzar o canal da Mancha após uma semana de trabalho ou simplesmente de aproveitar merecidas férias do outro lado do mundo leva milhões de pessoas diariamente a estradas, aeroportos e estações de trem. Quando o mau tempo ou o fanatismo político-religioso ameaçam esse deslocamento, o cidadão globalizado se vê perdido, sem opções, sem saída. Acostumado a mudar de continente em poucas horas, o que para nossos antecipados levaria meses, os passageiros de hoje em dia tem muita dificuldade em lidar com a espera, as filas, a incerteza do embarque, as noites no chão do aeroporto e outros inconvenientes que têm se tornado comuns.

Em um belo artigo dias atrás, no jornal The Guardian, o jornalista Simon Jenkins expôs com todas as letras um fato difícil de contestar: o problema não está nos inconvenientes, mas no número de pessoas que se consideram no direito de ir para e vir de lugares distantes. "De todas as atividades que trazem à tona o egoísmo na humanidade, nada se compara à de viajar", escreveu Jenkins. Usando o termo "hipermobilidade" para descrever o estado a que a humanidade chegou, Jenkins sugere: "Minha solução para o caos nas viagens durante o inverno? Não viaje. Fique em casa. Faça uma fogueira. Viva e faça compras onde você possa ir a pé. Relacione-se com os vizinhos. Visite parentes que vivem longe em outra época do ano." Poucos parecem ter seguido tais conselhos neste fim de ano.

Viajar para longe, algo que era difícil, caro e raro para gerações passadas, tornou-se para muitos milhões uma necessidade ou um costume impossível de abandonar. A Al-Qaeda sabe disso e provavelmente continuará a lançar homens-bombas numa tentativa de atrapalhar esse aspecto da vida ocidental. A natureza, mortalmente danificada pela emissão de CO2 de aviões e automóveis, seguirá despejando nevascas e tempestades que desafiam a resistência da moderna tecnologia. E, provavelmente, nós, insistentemente, continuaremos embarcando para destinos distantes, à espera de novos, maiores desafios desse suposto direito de ir e vir, para onde e quando quisermos. Feliz 2010 a todos.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Ao meu cunhado mais velho

Não posso falar pessoalmente. Acho que não...
Mas... Porque dizes "que divertimento!" quando me vê no trabalho braçal, limpando a calha, carregando lajotas?
Imagino, sabes o que? Que és preconceituoso. Como demonstrastes ser quando certa vez, quando víamos TV juntos, ao passar uma cena de um grupo de negros cantando e dançando dissestes: - "Esses negros só sabem fazer isso!"
Pois é, meu cunhado! Eu briguei com minha filha quando a vi contar uma piada com conotação racista. Eu tenho em mim que, como Einstein disse: "É mais fácil desintegrar um átomo do que um preconceito...". Pois aí está. Tua filha casada com quem nem imaginavas há 18 anos... E hoje, tú demonstrando o velho preconceito dos portugueses contra o trabalho braçal, ao me ver trabalhando no quintal ("Deus me livre", dissestes, quando te convidei a me ajudar a trabalhar no quintal...).Pois saibas, meu querido, que não vejo no trabalho braçal nada que me torne menos digno. Nada desonroso. Vejo como algo saudável. Algo que me poupa o dinheiro da academia e me dá saúde.
Para mim, no fim, és uma catástrofe ecológica. Um paulistano bocó, metido a fino, que só sabe comerciar e nada fazer além de ver TV, deitado no teu berço explêndido. Ladrão de enceradeira. Incapaz de criar.
Desculpe meu desabafo.
É que "preciso falar".
Devias ver o vídeo que vi, do português preconceituoso, atropelado e atendido pelo médico negro. Ou pelo trabalhador braçal...
Dedicado a Avelino Rocha Neto...

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Esqueci!

Caramba! Estava escovando os dentes e lembrei-me da postar algo aqui! Precisava falar!

Mas esqueci... É assim!
minha esposinha me pediu pra buscar meu filho de 18 anos na escola... E dançou a idéia.

O que seria?

Hummmmmmmm!
Penso, penso, penso e nada...

DROOOOOOOGA! Eu queria me lembrar!

Me esqueci porque alguma coisa me distraiu! Me destruiu! Droga!

Não é o "alemão malvado", não! Devem ter sido as cervejinhas que tomei... Pode???


quarta-feira, 21 de outubro de 2009

jaguadarte

jabberwocky2

o jaguadarte é um poema nonsense de lewis carrol, que aparece no livro alice através do espelho, que é um dos meus favoritos da vida. o título original é jabberwocky (que também é o título de um filme do monty python, também em homenagem ao poema).

o poema é um dos grandes testes para qualquer tradutor, assim como guimarães rosa e james joyce, lewis carrol inventou quase todas as palavras do poema, que é considerado o maior poema nonsense da língua inglesa (ui!). ainda bem que a tradução para o português é doaugusto de campos, senão, vai saber o que o monstro ia virar? sim, porque o jaguadarte é um monstro, uma criatura terrível, com olho de fogo, um horror!

mas porque um blog sobre coisas de criança tem um nome de monstro? ah, porque monstro é legal, ora bolas! se fosse tudo muito fofinho a gente morria de diabetes. vamos ao poema:

jaguadarte

era briluz.
as lesmolisas touvas roldavam e reviam nos gramilvos.
estavam mimsicais as pintalouvas,
e os momirratos davam grilvos.

“foge do jaguadarte, o que não morre!
garra que agarra, bocarra que urra!
foge da ave fefel, meu filho, e corre
do frumioso babassura!”

ele arrancou sua espada vorpal
e foi atras do inimigo do homundo.
na árvore tamtam ele afinal
parou, um dia, sonilundo.

e enquanto estava em sussustada sesta,
chegou o jaguadarte, olho de fogo,
sorrelfiflando atraves da floresta,
e borbulia um riso louco!

um dois! um, dois! sua espada mavorta
vai-vem, vem-vai, para tras, para diante!
cabeça fere, corta e, fera morta,
ei-lo que volta galunfante.

“pois entao tu mataste o jaguadarte!
vem aos meus braços, homenino meu!
oh dia fremular! bravooh! bravarte!”
ele se ria jubileu.

era briluz.
as lesmolisas touvas roldavam e relviam nos gramilvos.
estavam mimsicais as pintalouvas,
e os momirratos davam grilvos.

- tradução de jabberwocky de lewis carroll por augusto de campos

(de http://minasdeouro.glamurama.uol.com.br/2009/04/28/jaguadarte/)

Um monstro curioso

Jabberwocky

Lewis Carrol

‘Twas brillig, and the slithy toves
Did gyre and gimble in the wabe:
All mimsy were the borogoves,
And the mome raths outgrabe.

“Beware the Jabberwock, my son!
The jaws that bite, the claws that catch!
Beware the Jubjub bird, and shun
The frumious Bandersnatch!”

He took his vorpal sword in hand:
Long time the manxome foe he sought—
So rested he by the Tumtum tree,
And stood awhile in thought.

And, as in uffish thought he stood,
The Jabberwock, with eyes of flame,
Came whiffling through the tulgey wood,
And burbled as it came!

One, two! One, two! And through and through
The vorpal blade went snicker-snack!
He left it dead, and with its head
He went galumphing back.

“And hast thou slain the Jabberwock?
Come to my arms, my beamish boy!
O frabjous day! Callooh! Callay!”
He chortled in his joy.

‘Twas brillig, and the slithy toves
Did gyre and gimble in the wabe:
All mimsy were the borogoves,
And the mome raths outgrabe.

A Wikipedia em inglês tem um glossário.

Abaixo uma incrível versão de Augusto de Campos:

Jaguardarte

Augusto de Campos

Era briluz. As lesmolisas touvas
Roldavam e relviam nos gramilvos.
Estavam mimsicais as pintalouvas,
E os momirratos davam grilvos.

“Foge do Jaguadarte, o que não morre!
Garra que agarra, bocarra que urra!
Foge da ave Felfel, meu filho, e corre
Do frumioso Babassurra!”

Êle arrancou sua espada vorpal
E foi atrás do inimigo do Homundo.
Na árvora Tamtam êle afinal
Parou, um dia, sonilundo.

E enquanto estava em sussustada sesta,
Chegou o Jaguadarte, ôlho de fogo,
Sorrelfiflando através da floresta,
E borbulia um riso louco!

Um, dois! Um, dois! Sua espada mavorta
Vai-vem, vem-vai, para trás, para diante!
Cabeça fere, corta, e, fera morta,
Ei-lo que volta galunfante.

“Pois então tu mataste o Jaguadarte!
Vem aos meus braços, homenino meu!
Oh dia fremular! Bravooh! Bravarte!”
Êle se ria jubileu.

Era briluz. As lesmolisas touvas
Roldavam e relviam nos gramilvos.
Estavam mimsicais as pintalouvas,
E os momirratos davam grilvos.


Achei isto em um blog em

http://talqualmente.wordpress.com/2008/02/03/jabberwocky/
Adaptei para o meu gosto. Parabéns, Paula Góes!

Fora dos padrões.

Quantos padrões estranhos eu presenciei? Fora do mundo onde todos dormem nas rotinas...

Papibaquígrafos são coisas até comuns no mundo inusitado de Hieronymos Bosch e de Maurits Cornelis (M. C.) Escher...

Eu caminhava quilometros pelos cais, pelas ruas, pelas avenidas, pelas obras do sétimo canal de drenagem em Santos... Via o Fantasma da Liberdade... Buñuel, Ingmar Bergman e outros doidos... Hoje ainda me percebo diferente. Ah! Solidão cósmica que me impede de fazer os que dormem acordarem...



Situações estranhas estimulam o cérebro, mostra estudo


Além de oscilações entre momentos ruins e surpresas agradáveis, oportunidades e ofensas, a vida também apresenta contradições. A nota de três dólares; a freira com barba; o verso, retirado do poema de Lewis Carroll, que "roldavam e relviam nos gramilvos".
do New York Times

Resumindo, uma experiência que viola toda lógica e expectativa. O filósofo Soren Kierkegaard escreveu que tais anormalidades produziam uma profunda "sensação de estranheza", e ele não foi o único a levar essas anormalidades a sério. Freud, em um ensaio chamado "O Estranho", demonstrou a sensação do medo de morte, de castração ou de "algo que deveria ter ficado escondido, mas que veio à tona"

Na melhor das hipóteses, o sentimento é confuso. Na pior, é assustador.

Um estudo atual sugere que, contraditoriamente, esta mesma sensação pode levar o cérebro a perceber padrões não perceptíveis em outra ocasião --nas equações matemáticas, na linguagem, no mundo de forma geral.

"Queremos tanto nos livrar daquele sentimento que procuramos por significado e coerência em todo lugar", disse Travis Proulx, aluno de pós-doutorado da Universidade da Califórnia, em Santa Bárbara, e principal autor do artigo, publicado na atual edição do periódico Psychological Science. "Conduzimos o sentimento para outro projeto, e isso parece melhorar alguns tipos de aprendizado".

Há muito tempo, os pesquisadores sabem que as pessoas se prendem ainda mais a suas crenças pessoais quando o sentimento está ameaçado. Ao lembrarem que a morte é inevitável, tornam-se mais patrióticas, mais religiosas e menos tolerantes a estranhos, segundo as pesquisas. Quando ofendidas, manifestam mais lealdade a amigos - e quando ficam sabendo que não se deram bem em um teste de perguntas e respostas, identificam-se mais com os times vencedores do colégio.

Em uma série de novos artigos, Proulx e Steven J. Heine, professor de psicologia na Universidade da Columbia Britânica, argumentam que essas descobertas são variações do mesmo processo: manter o significado, ou a coerência. O cérebro desenvolveu-se para fazer previsões, e isso ocorre ao identificar padrões.

Quando esses padrões se rompem - a exemplo de quando um mochileiro se depara com uma cadeira no interior da floresta, como se tivesse caído do céu - o cérebro procura algo, qualquer coisa que faça sentido. Pode recorrer a um ritual familiar, como checar um equipamento. Porém, segundo os pesquisadores, isso também pode voltar a sua atenção para o meio externo, e notar um padrão de rastros de animais que estava oculto. O desejo de encontrar um padrão coerente torna mais provável que o cérebro descobrirá um.

"Mais pesquisas precisam ser desenvolvidas sobre essa teoria, "disse Michael Inzlicht, professor assistente de psicologia da Universidade de Toronto, porque deve ser o nervosismo, e não uma busca por significado, que leva a um estado de alerta. Ele acrescentou que a nova teoria foi "plausível, e certamente afirma meu próprio sistema de significado; acho que eles estão chegando lá". No artigo mais recente, publicado no mês passado, Proulx e Heine relataram que 20 alunos da faculdade leram um conto sem sentido, baseado no livro "Um Médico Rural", de Franz Kafka. O médico do título teve que fazer uma consulta domiciliar em um garoto com uma terrível dor de dente. Ele faz a viagem e descobre que o garoto não tem dentes. Os cavalos da sua carroça começam a se comportar mal; a família do garoto fica irritada; então, o médio descobre que o garoto tem dentes. E assim por diante. A história é rápida, vívida e sem o sentido- Kafkaesco.

Após a história, os alunos estudaram uma série de 45 sequências de seis a nove letras, como "X, M, X, R, T, V." Depois, fizeram uma prova sobre a sequência das letras, escolhendo, em uma lista de 60 sequências, aquelas que achavam ter visto antes. De fato, as letras estavam relacionadas, sutilmente, com algumas aparecendo mais frequentemente antes ou depois de outras.

O teste é uma medida padrão que os pesquisadores chamam de aprendizagem implícita: conhecimento obtido sem consciência. Os alunos não faziam idéia de quais padrões o cérebro deles estava percebendo ou quão bem eles estavam indo no teste.

Todavia, eles se saíram muito bem. Eles escolheram cerca de 30 % mais sequências e acertaram o dobro das suas escolhas, comparado a um grupo comparativo de 20 estudantes que havia lido um conto diferente, e coerente.

"O fato do grupo que leu o conto sem sentido ter intuído mais sequências de letras sugere que eles estavam mais motivados a procurar os padrões do que os outros alunos", disse Heine. "E, acreditamos que, o fato de terem se saído melhor nos testes significa que eles estão formando novos padrões, os quais que não seriam capazes de formar em outra situação."

Estudos de imagem cerebral para avaliar anormalidades, ou problemas preocupantes, mostram que a atividade em uma área do cérebro, chamada córtex cingulado anterior, aumenta significantemente. Quanto mais ativação é registrada, maior a motivação ou habilidade de buscar e corrigir erros do mundo real, sugere um estudo recente. "A idéia de que somos capazes de aumentar aquela motivação," disse Inzlicht, co-autor, "vale muito a pena investigar."

Os pesquisadores que estão familiarizados com o novo trabalho dizem que é cedo para incorporar trechos de filmes de David Lynch, por exemplo, ou composições de John Cage na grade curricular. Primeiramente, porque ninguém sabe se a exposição a estranheza pode ajudar as pessoas ao aprendizado explícito, como memorizar o francês. Além do mais, estudos descobriram que as pessoas, na busca pelo misterioso, tendem a ver padrões onde não existem - tornando-se mais propensas a teorias de conspiração, por exemplo. Parece que o desejo pela ordem satisfaz a si mesma, sem levar em conta a qualidade da evidencia.

Mesmo assim, a nova pesquisa apóia o que muitos artistas experimentais, viajantes habituais e outros em busca de novidade sempre insistiram: pelo menos algumas vezes, a estranheza leva a um pensamento criativo.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Removendo pedras e plantando flores no caminho...

Assim fazia dona Lóquinha. Dona Emília (lembra-me a Emilia, da rua Particular Lélia, em Santos, estudante de química no colégio do Carmo...) Félix Ramos tinha este apelido: Lóquinha. Creio que derivado do diminutivo: Emília - Emilóca - Lóca - Lóquinha... Ela era pequeninha e me ensinou muitas coisas. Lembro-me de algumas. Um ditado "dos antigos": "Cada roda com seu uso, cada roca com seu fuso." Cada qual com seu jeito, como concluímos eu, o Ted Ray Taylor e um pescador, quando amarravamos bandeirinhas para a festa da Padroeira da Capela da Lagoa da Conceiçaõ...

Mas Dona Lóquinha era minha vizinha mais próxima para o sul de minha casa, na Costa da Lagoa... Ela plantava flores no caminho. O caminho que eu amava e sobre o qual escrevi, solicitando o tombamento... Dona Lóquinha morava a cerca de 800 m de minha casa, num sobrado colonial. Não tinha energia elétrica e água, quando cheguei, era trazida em potes de cerâmica, do córrego que ficava no terreno "da cunhada" (de quem creio que conheci a filha, a arquiteta Iara...)

"A mentira ajuda a viver", seu Cisaru! "As crianças ficaram com nojo da água no boião! Pode?"

Morreu plnatando flores à beira do caminho. Depois de chamar a Maria: "Maria! Vem me ajudar a tirar esta pedra, que eu não consigo! Quero plantar flores aqui!" Maria chegou uns minutos depois. E lá estava dona Emília deitada no chão. Seu coraçãozinho não tinha aguentado...

Maria Féliz Ramos, foi casada com Casimiro Idalino Ramos. Moravam com dona Maria. Dona Lóquinha, como era chamada por todos, nasceu em 7, como ela dizia: 1907.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Porque comer pimentas puras???

"Puxei" isto do mesmo blog que fala do prefeito de Rio do Sul...

Vejam só:

Para pensar: Dormindo com o próprio inimigo
Por Pedro Mello | 15/09/2009 - 22:46

Achei interessante os comentários do post sobre meu recente acidente com a Matrix... ainda que poucos, todos com certa reflexão. É compreensível que apenas alguns corajosos tomem a iniciativa de escrever, afinal pensar dá trabalho. A massa simplesmente não pensa, apesar de achar que está o tempo todo com a cabeça funcionado. Aliás, muitas vezes funciona tanto que um simples filme, supostamente de luta marcial, deixa de ser tão revelador. É apenas mais um filme de efeitos especiais bacanas made in Holywood.

Em 1866 nasceu um maluco chamado George Ivanovich Gurdjieff, estudioso da cuca humana e esotérico, deixou um rastro de grandes influências para futuros gênios da psicologia.

Uma das histórias interessantes que ouvi sobre ele contava a chegada da Rússia de outro doido varrido chamado Ouspensky, um filósofo Russo qeu resolveu ir à Paris à pé para estudar com Gurdjieff. Como Ouspensky não tinha onde ficar, Gurdjieff pede emprestado um apartamento à um dos membros do grupo de estudos, pega o recém chegado e o leva até sua nova residência. Chegando lá, fecha todas as janelas do apartamento e diz a Ouspensky que voltaria em três dias para pegá-lo e pede que, nesse período, fique sozinho no escuro.

Três dias depois o doido vai buscar o varrido e ambos saem andando pelas ruas de Paris. Alguns quarteirões depois, ele para, olha para sua volta e pergunta a Ouspensky:

- O que você vê?

Ouspensky para, observa aquela multidão de gente andando de um lado para o outro, correndo, bondes passando, charretes, buzinas e todo movimento da cidade da luz. Olha para Gurdjieff e diz:

- Eu vejo um monte de sonâmbulos.

Nesse momento começa a iniciação de um dos maiores discípulos de Gurdjieff, que precisou ficar em silêncio num quarto escuro por três dias e noites para finalmente entrar em contato consigo mesmo, longe das distrações do mundo moderno, e finalmente perceber o que seria, 150 anos depois, a construção da visão moderna da Matrix.

Reduzindo a miúdos, quanto mais nos ocupamos, mais somos reféns da Matrix, como o hamster que correr sem parar na sua roda sem perceber que não sai do lugar. Somente que o observa consegue ver isso. Quem está lá dentro não é nada mais nada menos do que uma simples bateria, uma pilha para o sistema.

(...) (do blog do Pedro Mello na Exame: http://portalexame.abril.com.br/blogs/pedro_mello/20090915_listar_dia.shtml?permalink=196426)
Eu lia Gurdjieff quando me converti. Desfiz-me de muitos livros que não achava "convenientes", entre eles um dele (seria "Encontros com homens notáveis?" Não! Achei no Google, acreditam? Procurando pelas seguintes palavras-chave: mercado pimentas vermelhas comendo. O livro era "Relatos de Belcebú a su Nieto", assim mesmo, em Español. Agora entendo porque o achei inconveniente... Poderia escandalizar a algum irmão...). Hoje percebo que não precisava ter-me livrado deles... A liberdade da Graça é uma maravilha!

Uma das passagens de que me lembro é a do homem que gastou seus últimos centavos comprando linadas frutas que nunca tinha visto. Ao retornar para casa, sentou-se à sombra de uma árvore e provou a primeira: queimou-lhe a boca e a garganta! Mas foi comendo todas, uma a uma, pois tinha gasto todo seu dinheiro com elas...

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Livros que eu li

Livros que li e que gostaria que meus filhos lessem (alguns eu gostaria de reler!):
"A Ilha" de Aldous Huxley
"As Portas da Percepção / Céu e Inferno" de Aldous Huxley
"Admirável Mundo Novo" de Aldous Huxley
"O Macaco e a Essência" de Aldous Huxley

"O Lobo da Estepe" de Hermann Hesse
"Roshalde" de Hermann Hesse
"Demian" de Hermann Hesse
"Debaixo das Rodas" de Hermann Hesse
"Sidarta" de Hermann Hesse
"Gertrud" de Hermann Hesse
"Este Lado da Vida" de Hermann Hesse
"O Livro da Fábulas" de Hermann Hesse
"Viagem ao Oriente" de Hermann Hesse
"Pequeno Mundo" de Hermann Hesse
"O Jogo das Contas de Vidro" de Hermann Hesse

"A Arte de Amar" de Erich Fromm

"1984" de George Orwell

"Fundação" (a trilogia: Fundação, Império e Seguda Fundação) de Isaac Asimov

"2001, uma Odisséia no Espaço", de Arthur C. Clarke

"A Metamorfose" de F. Kafka

"O Jogo da Amarelinha" de J. Cortázar
"Histórias de Cronópios e Famas" de J. Cortázar
"A Autopista del Sur" - "A Autoestrada do Sul de Paris" de J. Cortázar
"Todos os Fogos, o Fogo" de J. Cortázar
"O Livro de Manuel" de J. Cortázar

"Um Estranho Numa Terra Estranha" de Robert Heinlein
"Escala no Tempo" ("A Porta para o Verão" -"The Door Into Summer"" de Robert Heinlein




Recentemente:
"Guia do Mochileiro das Galáxias", (uma tetralogia?) de
"Os Catadores de Conchas"
"O Caçador de Pipas"


Autores que gostaria de ler:
http://pt.wikipedia.org/wiki/J%C3%BCrgen_Habermas

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Eu também gosto de andar nú no meio do mato, onde não há ninguém. Não quero me exibir. É apenas um gosto. Não vejo nada de mal...

Justiça de Minas absolve homem que fazia exercícios nu em quintal de casa

da Folha Online

Um homem que fazia exercícios físicos nu no quintal de sua casa, em Belo Horizonte (MG), foi absolvido da acusação de prática de ato obsceno em lugar exposto ao público pela Justiça de Minas. Segundo o TJ (Tribunal de Justiça), que divulgou a decisão nesta sexta-feira, a juíza Luziene Barbosa Lima, da 6ª Vara Criminal da cidade, decidiu pela absolvição do acusado pois ele estava dentro dos limites de sua propriedade.

Segundo a acusação, o homem praticava exercícios físicos sem roupas no quintal de casa, ficando exposto aos olhares de crianças e funcionários de uma escola infantil vizinha do imóvel.

A defesa, no entanto, argumentou que ele foi vítima de violação de privacidade, pois o quintal era cercado por um muro e ele só podia ser visto porque a escola construiu uma cobertura acima do limite que divide as propriedades.

A juíza verificou que a cobertura --que dava acesso visual ao quintal-- foi construída após a instalação e funcionamento da escola.

"Ora, em se tratando de ambiente destinado à educação de crianças, o estudo preliminar do local, destinado a assegurar o conforto, segurança e privacidade destas, é de suma importância e cabe exclusivamente aos sócios e representantes", afirmou.

Em sua decisão, a juíza argumentou ainda que o homem estava dentro de sua propriedade e que não tinha intenção de ser observado pelos vizinhos. "O quintal de uma residência não pode ser considerado lugar aberto ou exposto ao público", disse. Cabe recurso da decisão.

(publicado em http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u606555.shtml)

terça-feira, 28 de julho de 2009

Lembra-me de meus 17 anos, quando eu ia de Santos pra Sampa todos os dias...

Ia trabalhar... Pegava o ônibus das 06:00, chegava na rodoviária da Júlio Prestes lá pelas 08:00... Algumas vezes chegava atrasado na filial São João da Burroughs, a SPCI.

Vejam esta:

Santista dorme menos, gasta mais e chega atrasada

Terça-Feira, 28 de Julho de 2009

Com restrição, analista perde 40 min

Rejane Lima

Trabalhando em São Paulo desde 1990, a analista de sistemas Maria Aparecida Nogueira, de 40 anos, já usou diferentes linhas de fretado entre Santos e a capital. Ontem, porém, a mudança no trajeto não ocorreu porque ela passou a atuar na sede de um novo cliente. Dessa vez, a alteração causada pela restrição aos fretados foi mais penosa: ela dormiu menos, gastou mais e chegou ao trabalho 40 minutos atrasada.

Ainda não havia amanhecido, às 5h45 de ontem, quando Cida saiu do edifício onde mora, na Avenida Presidente Wilson, em frente à Praia do José Menino, como faz há anos. Oito minutos depois, Cida chegara à esquina das Avenidas Francisco Glicério e Pinheiro Machado, onde outras pessoas também aguardam o ônibus. Ela usa a linha 32 da Associação dos Executivos da Baixada Santista, que parte dali por volta das 6 horas.

Como nos últimos 19 anos, foi assim também na última sexta-feira. Cida subiu no fretado, sentou em seu lugar demarcado e colocou o celular para despertar. Naquele dia, a analista desceu do ônibus às 7h33. Atravessou a Avenida Rui Barbosa, na Bela Vista, e dois minutos depois estava entrando na editora onde presta serviço há um ano.

"Subo e desço para São Paulo desde que era estagiária. Trabalhei a maior parte do tempo na Berrini (dez anos), depois fiquei em Alphaville, Faria Lima, Paulista, Vila Olímpia e há um ano estou na Bela Vista", contou Cida. "Não troco Santos nem pelo Ronaldo", disse a santista de nascimento e corintiana de coração.

Ontem, porém, tudo mudou. "A culpa é do Kassab", esbravejava Cida. Embora tenha embarcado no fretado no mesmo horário, seu celular tocou mais cedo, interrompendo o cochilo às 7 horas, para que descesse na Estação Santos-Imigrantes do Metrô. Por causa da fila de fretados, ela desembarcou às 7h15. Depois, o sufoco foi para entrar na estação, lotada. Após cinco minutos na fila para comprar o bilhete, encontrou uma amiga que lhe cedeu um. A alegria durou pouco, e Cida fez cara feia ao perceber que a estação é em homenagem ao time rival. "Ainda por cima tem essa."

Ela embarcou às 7h33 e seguiu em pé até a Estação Brigadeiro, aonde chegou dez minutos depois. Na Avenida Paulista, Cida não sabia onde era o ponto de ônibus e ainda deixou o metrô pela saída errada. Pediu informação em uma banca de jornal, e às 7h52 chegou à parada certa. Embarcou no ônibus Imirim às 8h05 e às 8h15 desceu, um pouco mais distante da empresa, que era o local onde o fretado costumava parar.

Cida entrou na editora às 8h20. "Eu ganho por hora, vou ter de arrumar um fretado que saia antes de Santos, senão ainda vou gastar mais e vou receber menos", lamentou. Além de pagar uma mensalidade de R$ 380 pelo fretado, agora Cida terá de desembolsar mais R$ 9,70 por dia, com as passagens do ônibus municipal e do metrô.
(de http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20090728/not_imp409305,0.php)

domingo, 19 de julho de 2009

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Eu gostaria de fazer algo assim...

Saiu na "ValorOnLine":

Eles perseguem os 'rios voadores' que saem da Amazônia
Daniela Chiaretti, de São Paulo e Piracicaba
17/02/2009
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O engenheiro mecânico Gerard Moss pegou um avião há um mês em Brasília e partiu para Alta Floresta, no Mato Grosso. Subiu para Porto Velho e Vilhena, em Rondônia, passou pela capital do Mato Grosso, Cuiabá, e dali entrou em Minas via Uberlândia. Seguiu para Londrina, no Paraná e, em São Paulo, sobrevoou Ribeirão Preto e Bauru, esticou até as mineiras Poços de Caldas, Paracatu e Patos de Minas, e chegou ao destino final, Piracicaba. Saiu numa sexta-feira e voltou para casa na segunda. Moss pilotava seu monomotor e se a rota revela um trajeto pouco usual, mais estranha ainda é sua permanência no ar. O aviador voa, literalmente, nas nuvens. Ele persegue correntes de ar carregadas de umidade, os chamados "rios voadores".
Nicolas Reynard/Divulgação
Gerard e Margi Moss em igarapé perto de Manaus: "Voando temos uma visão privilegiada dos danos ambientais"

Este é também o nome do projeto que o ex-empresário montou há dois anos, financiado pela Petrobras e que reúne 30 cientistas interessados em entender o regime das chuvas no Brasil. O pano de fundo do estudo busca pistas para confirmar uma das hipóteses do projeto - que os "rios voadores" que saem da Amazônia e se espalham pelo Brasil e vizinhanças são responsáveis por parte importante das chuvas do Centro-Oeste e no Sudeste.

O coordenador científico desta turma é um papa no assunto, o agrônomo Enéas Salati, professor de Física e Meteorologia e responsável por ter montado o laboratório do Centro de Energia Nuclear na Agricultura, o Cena, no campus de Piracicaba da Universidade de São Paulo. É ali a base científica que recebe o resultado das peripécias de Moss, algo que, a olhos leigos, parece muita aventura por quase nada: o que ele traz ao laboratório são tubos de uns 40 centímetros com uma pequena gota de água dentro. Para os especialistas, trata-se de um tesouro - é por aí que eles esperam descobrir o "DNA da chuva" brasileira e motivar mais pesquisas e políticas públicas em um tema vital. É um estudo pioneiro - não há nada igual no Brasil e no mundo, diz Salati.

"Estamos tentando entender, porque não é uma coisa trivial, como é o balanço hídrico no Brasil", diz o professor Salati, que foi o pesquisador responsável pela descrição do ciclo da água da Amazônia brasileira, na década de 70, um estudo que é até hoje a base para o conhecimento hidrológico da região. O assunto é complexo, o território brasileiro, vasto, há diversas massas de ar circulando ao mesmo tempo e vindas de pontos distintos do continente, e poucos estudos sobre o que ocorre nos países vizinhos. "O vapor d'água primário vem sempre do oceano. Ele entra no continente por diversos caminhos e se chove ou não, depende de uma série de circunstâncias", explica Salati. "Estamos procurando saber qual é esta dinâmica e como ela pode ser modificada", continua o professor, enumerando as duas vertentes climáticas que atuam hoje na Amazônia - o desmatamento e os gases do efeito-estufa. "É claro que esta é uma pretensão muito grande e não será num projeto de um ano que vamos resolver este assunto", avisa.

Os dados finais do estudo não estão prontos, Moss deve fazer a última campanha em breve. Salati evita colocar o dedo num vespeiro e falar da importância da Amazônia para as chuvas do Sudeste, um tema de divergência entre climatologistas. "A Amazônia deve ser preservada por causa da sua imensa biodiversidade e dos costumes das comunidades indígenas, mas também porque, desmatando, podemos mudar o clima de lá e eventualmente trazer problemas para a gente também", adianta.

"Algumas pessoas consideram que 100% da chuva que cai em São Paulo vem da Amazônia. Mas não é assim, não toda vem de lá", diz José Marengo, pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, o INPE, e um dos cientistas que indica a Moss quando deve decolar e qual rio voador perseguir. "É ainda difícil dizer quanto da chuva vem do Pantanal, qual a parte do Atlântico, quanto vem da Amazônia. As respostas não são claras", continua Marengo, um dos cientistas que participaram do último relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas, o IPCC, das Nações Unidas.

Davilym Dourado/Valor
Salati: "Teríamos que estudar o balanço hídrico de toda a América do Sul"
"Se você segue uma massa de ar de Belém a Porto Velho, vê claramente a origem amazônica. Mas de Porto Velho para Cuiabá já é uma salada russa. Ali também tem a evaporação do Pantanal, a entrada das brisas marinhas. Não é tão linear." É de Marengo a expressão "rios voadores". Ele a usou, certa vez, em uma palestra em Rio Branco, no Acre. Falava sobre o transporte de umidade pela Amazônia e, para se fazer entender, explicou que a circulação de vento funciona como se fosse um "rio voador".

Moss a escutou de outro pesquisador do tema, Antonio Nobre, do Inpe, em um evento em Manaus. "Era uma expressão potente e fantástica", diz ele, que está no quarto projeto com viés ambiental em dez anos. O mais recente, "Brasil das Águas", recolheu 1.200 amostras em mais de 300 rios, igarapés, lagoas e represas. "Em um avião pequeno se tem uma visão privilegiada do estrago que está acontecendo no mundo e que as pessoas em terra não percebem", diz a fotógrafa Margi Moss, mulher de Gerard e co-autora dos projetos.

Tudo começou há 20 anos, depois que Gerard Moss vendeu a empresa exportadora de soja que tinha no Brasil, comprou um avião e deu a primeira das duas voltas ao mundo do casal. "Mudou a minha cabeça, não quis mais trabalhar com negócios", conta. "A gente vê, voando, os rios secando e a enorme destruição em alguns lugares", conta Margi. "Queríamos fazer alguma coisa para mudar isso."

No projeto "Rios Voadores", cada novo percurso - ou "campanha", como diz Moss - resulta em uns 50 tubos com gotinhas. "É um material tão precioso que não quero mandar a Piracicaba pelo correio, por isso vou sempre para lá no fim dos voos." Funciona assim: um dos pesquisadores o avisa da formação de um rio voador e planejam a rota. Ele parte para voos dentro das nuvens onde tenta mostrar a diferença de massas de ar que vêm da Amazônia, úmidas, e as que vêm do Sul, secas e frias, e que provocam chuvas. Foram seis campanhas pela Amazônia e cinco no resto do país, sendo duas no Pantanal. A última deve ser um retorno à Amazônia, mas pode incluir também a costa Atlântica.

Gerard pilota e avisa seu assistente, o fotógrafo Tiago Iatesta, quando fazer a coleta (Margi, neste projeto, não tem voado - "É muita turbulência", diz). O monomotor tem uma entrada para coletar o ar que está fora. Uma bomba traz este ar para dentro de um tubo imerso em mistura de gelo seco e álcool e refrigerado a menos 70 graus. Depois, o tubo é entregue à equipe de Salati no Cena.

A coleta ocorre, sempre que possível, a 100 metros, mil metros e 3 mil metros de altitude. A ideia é conseguir diferenciar a composição do ar que fica perto do chão e o de outras camadas. Quando Gerard voa perto de Belém, por exemplo, o ar lá de cima pode estar chegando direto do Atlântico, mas o de baixo pode já ter sido reciclado pelas árvores da Amazônia. "Assim espero conseguir descrever verticalmente o que está acontecendo", diz o químico Marcelo Moreira, pesquisador do projeto. Pela técnica, é possível identificar se a umidade tem origem continental ou oceânica, se veio de um oceano muito afastado ou se se trata de água de algum rio, esclarece Marengo. "Estamos procurando sinais para, baseados neles, buscar informação para um projeto maior, que envolva muito mais gente e tenha mais recursos", diz.

Nas 11 campanhas que fez até agora, Moss perseguiu os diversos fluxos que avançam pela Amazônia, pelo Pantanal, pela Bacia do Prata ou que entram diretamente pelo litoral próximo à Bahia. Calcula ter recolhido cerca de mil amostras. No Cena, o material é analisado em um aparelho novo e raro, encomendado nos Estados Unidos e que existe em alguns poucos lugares como a sede da Agência Internacional de Energia Atômica, em Viena. É um analisador de água para isótopos. O equipamento joga um feixe de laser e observa a absorção desse laser por cada molécula de água. Para cada combinação de átomos, há um resultado específico. É assim que se tenta decifrar o DNA da chuva.

A Petrobras investiu R$ 2,5 milhões no projeto de dois anos, informa Rosane Aguiar, gerente de programas ambientais da empresa. O "Rios Voadores" é um dos projetos da carteira da Petrobras Ambiental que, de 2003 para cá, investiu mais de R$ 120 milhões no patrocínio de iniciativas do gênero - além do que investe em ações ambientais na gestão do próprio negócio. Água é um dos temas prioritários da agenda da companhia e o projeto de Moss e do professor Salati é particularmente interessante, diz Rosane Aguiar. "O estudo do movimento das chuvas no país e a influência da Amazônia é importante não só para a comunidade científica como para toda a sociedade", avalia.
Margi Moss/Divulgação
Pancada de chuva sobre o Alto Araguaia: na perseguição aos "rios voadores", Gerard Moss coleta umidade em seu monomotor e leva as amostras para análise no laboratório em Piracicaba

Os cientistas, agora, se debruçam sobre a análise dos dados. Neste trabalho pioneiro, trocam informações com Joel R. Gat, que era do Instituto Weizmann, de Israel, trabalha com esta técnica e é um antigo parceiro de Salati. "Mas para fazermos este estudo direito, de forma completa, teríamos que estudar o balanço hídrico de toda a América do Sul", registra Salati, que é diretor técnico da Fundação Brasileira para o Desenvolvimento Sustentável (FBDS). "Trata-se de uma iniciativa nova para um problema velho, porque há muito tempo queremos saber a dependência do clima de outras regiões do Brasil em relação à Amazônia."

A ciência consegue estimar quanto evapora de água na Amazônia, ou seja, quanto sai da floresta. "Mas não sabemos quanto do vapor d'água que chega a São Paulo passou pela floresta e quanto veio do Atlântico", diz Pedro Leite da Silva Dias, especialista em modelagem atmosférica e diretor do Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), do Ministério da Ciência e Tecnologia, de Petrópolis. "Preciso de dados para validar os modelos de previsão do tempo e de cenários climáticos em que trabalho e as informações coletadas pelo projeto 'Rios voadores' podem me ajudar nisso", explica.

Silva Dias é um dos pesquisadores a avisar Gerard Moss sobre o deslocamento de massas de ar e umidade. O matemático com pós em meteorologia interrompeu subitamente esta entrevista, por telefone, há alguns dias. "Está uma escuridão danada aqui em Petrópolis", disse. "É o rio voador que o Gerard acompanhou junto com a entrada de uma frente fria."
(de http://www.valoronline.com.br/ValorImpresso/MateriaImpresso.aspx?tit=Eles+perseguem+os+%27rios+voadores%27+que+saem+da+Amaz%C3%B4nia&codmateria=5420732&dtmateria=17+02+2009&codcategoria=165&tp=931539242)

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Não me lembro...

Até eu chegar aqui não me lembo mais do que queria expressar...
O "alemão malvado" está me atacano?

Triste! Eu tinha algo muito importante a dizer, mas escapou-me!...

Demos um tempo...

sábado, 31 de janeiro de 2009

Ah! A Solidão Cósmica!

Quem entende o que seja?

Vejam isso:
http://www.youtube.com/watch?v=dfbNdUzDThE

Ai!

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Está bem, filho...

Falei à mesa, ao jantar (mistos-quentes):
Filho, olha como a Sissi (nossa gata) pega o pedaço de presunto de minha mão!

- Não quero ver... Já vi, pai!
Faço cara de triste. Triste fico. Triste estou.

Minha esposa vê:
- Filho, o pai quer te mostrar!
Ele:
- O pai me mostra a toda hora!



Lembro-me de minha mãe, cantando em alemão. Eu estudando. ou lendo não sei o que. Ou Fasenuseiuque:
Mãe! Para de cantar! Está matrapalhanu!

Ela para.

Hoje eu queria ouvir minha mãe cantanu: "Guten aben, gut nacht..."

Ai!

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Meu intimo

Estou aqui na sala, sozinho, nesta noite. São cerca de 23:00...

Ontm dei a notícia para minha esposinha, das perspectivas no emprego. Fui acusado depois de querer isso...

Não tenho condições de continuar escrevendo. A tristeza é muito grande, por não ser compreendido. Por ter que desabafar escondido. Filho, te amo! Talita, te amo! Amo vocês todos.

Vou tentar ser mais assíduo neste desabafo...

c