terça-feira, 22 de setembro de 2009

Removendo pedras e plantando flores no caminho...

Assim fazia dona Lóquinha. Dona Emília (lembra-me a Emilia, da rua Particular Lélia, em Santos, estudante de química no colégio do Carmo...) Félix Ramos tinha este apelido: Lóquinha. Creio que derivado do diminutivo: Emília - Emilóca - Lóca - Lóquinha... Ela era pequeninha e me ensinou muitas coisas. Lembro-me de algumas. Um ditado "dos antigos": "Cada roda com seu uso, cada roca com seu fuso." Cada qual com seu jeito, como concluímos eu, o Ted Ray Taylor e um pescador, quando amarravamos bandeirinhas para a festa da Padroeira da Capela da Lagoa da Conceiçaõ...

Mas Dona Lóquinha era minha vizinha mais próxima para o sul de minha casa, na Costa da Lagoa... Ela plantava flores no caminho. O caminho que eu amava e sobre o qual escrevi, solicitando o tombamento... Dona Lóquinha morava a cerca de 800 m de minha casa, num sobrado colonial. Não tinha energia elétrica e água, quando cheguei, era trazida em potes de cerâmica, do córrego que ficava no terreno "da cunhada" (de quem creio que conheci a filha, a arquiteta Iara...)

"A mentira ajuda a viver", seu Cisaru! "As crianças ficaram com nojo da água no boião! Pode?"

Morreu plnatando flores à beira do caminho. Depois de chamar a Maria: "Maria! Vem me ajudar a tirar esta pedra, que eu não consigo! Quero plantar flores aqui!" Maria chegou uns minutos depois. E lá estava dona Emília deitada no chão. Seu coraçãozinho não tinha aguentado...

Maria Féliz Ramos, foi casada com Casimiro Idalino Ramos. Moravam com dona Maria. Dona Lóquinha, como era chamada por todos, nasceu em 7, como ela dizia: 1907.

3 comentários:

Anônimo disse...

Olá, lendo seu relato senti uma imensa vontade de ver a casa, nem que seja de longe, qual o endereço??

Cesáurio disse...

A casa (sobradão colonial) onde Dona Lóquinha morava fica no Caminho da Costa da Lagoa da Conceição, em Florianópolis, entre a Vila Verde e a Praia Seca. Podes ver fotos dela na internet... Tem várias

Érika disse...

Lindo relato sobre essa senhora. Deveria ser mais divulgada a vida dela. A delicadeza de plantar flores e receber as pessoas na trilha de Dona Loquinha é uma história muito bonita de gentileza e humildade.