terça-feira, 5 de abril de 2011

Métodos pedagógicos em Anitápolis e Trás-Os-Montes, Portugal, há cerca de 60 anos...

Minha sogra foi lá em casa ontem à noite: convidei-a para um Caldo Verde regado a vinho tinto...

Ela é portuguesa. De Trás-Os-Montes...

Meu sogro começou contando como era arteiro: estava na escola e um colega deixou caírem os lápis de cor no chão. Ao junta-los falou: - "Falta um! Falta um!". Meu sogro, moleque, fingiu esconder um debaixo do pé. A menina do lado viu. Ele fingiu pegar um lápis imaginário e guardar no bolso...
Ao terminar a aula a menina corre para a professora para contar que ele escondeu o lápis. A professora pede para ele virar os bolsos do avesso. Ele vira. Nada. Aí ele provoca: - "Professora, na minha camisa tem mais dois bolsos!" Ela pede para mostra-los... Nada! E como na verdade a camisa tinha QUATRO bolsos ele repete, irritando a professora. Na primeira oportunidade ela o castiga com uma reguada. Ele arranca a "casquinha" de um machucado e se suja de sangue. Assim consegue que o pai o autorize a não ir mais à escola. Resultado: É um semi-alfabetizado...

Já quanto à minha sogra, aí vai a história dela:
Isto aconteceu em Portugal, na região de Trás-os-Montes... Devia ser por perto de Gebelim... Pelo jeito ela era aplicada. Sabia a taboada. A professora dela argüia os alunos. Tomava a tabuada. Quando algum não sabia, quando algum "empacava" recorria àquela aluna que sabia... Até aí tudo bem. O problema é que a professora mandava quem sabia bater com a régua nos dedos de quem não sabia... Recompensa boa só para quem é sádico! Não era o caso de minha sogra quando pequena... Ela não batia ou batia com pouca força. Aí a professora batia nos dedos de quem não batia ou batia com pouca força! Vejam só! Quem sabia a taboada e tinha compaixão era castigado! Belo método pedagógico, este tramontano, não? Triste!