terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Meus relatos, meus textos... Minhas viagens, caminhadas...

Volta e meia perco tempo tentando achar meus relatos de viagens, caminhadas e coisas afins... Hoje tive a idéia:  - "porque não colocar tudo aqui no "Preciso Falar""?
Pois começo agora com esta, minha primeira excursão à Trilha do Índio e ao Campo dos Padres...:


No início de minhas férias meu objetivo maior era conhecer a "Trilha dos Índios", que sobe de Anitápolis para os campos de cima da serra, Urubicí... Pois, sinto-me realizado! Cheguei lá!

Descobri a existência da trilha numa conversa com um dos donos da empresa onde trabalho, a Dígitro. Esta conversa teve por mote saber o que ele pretendia fazer com sua propiedade na raíz da Serra. Descobri que o José Fernando  gosta do Jetrho Tull! Presenteou-me com um CD com músicas do grupo... Quem conhece e aprecia?

Pois então, combinamos ir até a raíz da serra em 15 de dezembro. Fui primeiro de carona, depois dirigindo uma gaiola, veículo apopriado para estradas de chão com arroios sem ponte... Deixei meu carro na entrada do sítio de seu Otto Schlösser... Chegando lá no pé da serra, churrasco, cerveja, uísque... Mostraram-me onde começava a trilha. Às 16:30 a turma resoveu ir embora. Eu disse: - "Eu fico!". Zé Fernando me questionou: - "Mas como vais voltar? São 35 km!" - "Volto a pé!", respondi... Durmo aí no rancho. - Bicho bão!", disse Zé Fernando... Dito e feito. Fiquei em paz naquele sertão. FUi dormir cedo, céu estreladíssimo. Deitei e ouvi os morcegos saindo para seus passeios noturnos... Acordei de manhão bem cedinho com eles voltando... Preparei um chimarrão, mateei durante um tempo, preparei uns 3 sanduíches e pus-me a subir a serra. Solito! Eu estava a 914m de altitude, indicado pelo GPS. Subi, subi e subi. Ouvia o ar nas asas dos andorinhões que vinham em voo razante ver quem era o intruso. Ouvia dezenas de arapongas na mata da serra... Depois de uns 45 minutos venci os 600m de desbívl que me levaram aos campos da serra. Valeu a pena! Que visual! Gente, pena etra sem ter com quem compartilhar aquela paisagem, aquele silêncio... Fiz meu pique-nique, descansei e comecei a descer... 
Alguns colegas me criticaram por ter ido sozinho... - " E se você sofre um acidente?"...  Confesso que pensei nisso. Avaliei e... Fui! São demais os perigos desta vida, pra quem tem paixão ... Se não é assim então como é?
Anexo seguem registros do GPS... Pena que não levei camera, por ter sido roubada há alguns meses e não ter verba para outra... Mas breve volto lá e fotografo com camera dos outros... ;-) Ao longo da trila encontrei um córrego encachoeirado e uma nascente onde matei a sede (não levei água)... Ao lado da trilha, na metade da subida da encosta uma enorme pedra de basalto toda lascada, indicando ter caído recentemente. Um geólogo há muitos anos me disse que este foi o maior derrame de basalto do mundo! A erupção que cobriu o arenito botucatu do PR e de SP com a "terra roxa"...
Ao longo da trilha, nos primeiros trechos, a floresta é densa. Árvores imensas, canelas e outras que não identifiquei. Depois, ao se chegar ao planalto, campo! Vi uma casa ao longe, mas parecia não ser de habitação. Achei um arroio e sentei ali para fazer me lanche. A vista de lá é deslumbrante, mas estava enevoado, como costuma ser nos dias quntes de verão. Deve ser mai bonito no inverno, naqueles dias secos. Dizem que pode-se avistar algumas cidades lá de cima... Será Grão Pará? E Tubaraão? Não sei... As encostas são bem recortadas. Um pouco mais ao sul é a estrada do Corvo Branco. Ao norte/oeste é o Morro dos Cinqüenta...
Comecei a descer e no fim da descida já sentia os tendões de trás dos joelhos doerem um pouco, como quando da descida do Cambirela... Desci devagar, com cuidado e cheguei no rancho lá pela hora do almoço... Descansei um pouco e depois agarrei a estradinha de volta para Anitápolis. Só fui ver gente quilometros depois. Delícia! Fui margeando florestas, vi uma jararaca no meio da estrada, dei uma cuspida na terra à frente dela para comprovar que sua ingua bífida detectava o infra-vermelho: ela sentiu e parou lá... Fui embora deixando-a quieta. Nas primeiras casas que encontrei não havia inguém, só uns quatro cães famintos. Dei alguns restos de churrasco pros coitados que devoraram os pedaços disputados... Quilometros adiante começou uma chuva rala. Continuei. Abriguei-me bem mais adiante, na pousada Medeiros, já percorridos uns 20km,quando a chuva deu uma engrossada. Aproveitei para comer mais uns sanduíches... Ao estiar saí e o cachorro da pousada latiu, despertando a atenção do morador. Cumprimentei-o e fui seguindo caminho. Uma ovelhinha de dias começou a me seguir pela estrada e ele a chamou de volta... Que graça!
Andei, andei, andei até começcar a engrossar a chuva de novo. Foi quando ouvi passos atrás de mim, de gente correndo: uma senhora uma menina e um menino, que me esclareceram que ia passar um onibus às cinco da tarde... Corri como podia, mas os tendões doíam! He, he, he! Não sou masoca, mas a dor faz-nos sentir vivos! Chegamos ao entroncamento e o onibus, um amarelão, daqueles escolares, "importado" a baixo custo dos EUA (serve pra transportar os estudadndes do interior de A/tápolis) ainda demorou cerca de meia hora. Mas valeu! Desci na entrada do sítio do seu Otto, cheguei ao carro, e ao acionar o controle remoto, NADA! O carro estva sem bateria! Bom! Desci até o seu Otto, a quem eu não visitava há anos, e tanto ele quanto dona Olivia (geb. Back) ficaram contentes e me ver... Dona Olivia fazia biscoitos de natal no forno de pão, do lado de fora da casa, com dona Marli, esposa do vizinho Helmuth... O jardim continua bem cuidado, cheio de aores perfeitos, zabumbas... Uma ninhada de pintinhos num cercadinho e gatos dormindo em cima do forno de pão, aproveitando o calor.... Chovia e esfriava! Expliquei pro seu Otto do carro. Ele me disse que muita gente deixava o carro lá em cima.
Era domingo e não adiantava eu tentar pedir socorro pro mecanico de Anitápolis, o Paulo Kirchner... Seu Otto disse: durma aí! Aceitei!
Bons papos com seu Otto. o filho que mora com eles, o Reinoldo, não estava: foi à festa... Lá pelas 18:30 seu Otto muito gentilmente, sabendo de minha caminhada, ofereceu-me a cama, com uma bela coberta de penas, que dona Olivia tinha me preparado... Não vacilei! Pedi-lhe desculpas por não lhe dar mais algumas horas de papo e fui drumi... Ah! A hospitalidade dessa gente simples e querida! 
Aí vai um link para alguns dos pontos que marquei com o GPS que levei na minha primeira excursão à Trilha dos Índios...
Podes aumentar e diminuir o zoom e marcar e desmarcar os pontos clicando nas "caixas de marcar" (check-boxes) à esquerda.
Os pontos da trilha são os de números 15, 16, 17, 18, 19, 20 e 21. Marquei outros, mas a floresta densa não permitiu que o GPS os registrasse...
Os de números 22, 23, 24, 25 e 26 já são serra acima, nos campos.
"Faz-passo" é exatamente na beirada do bosque de pinus onde foi feito o churrasco.
Os pontos 12, 13 e 14 são ao norte do bosque de pinus, umas andanças que fiz...
Já os pontos 1 até o 11 são em torno da "Casa Dona Otília" (de Genésio Rocha e esposa, Otilia Nienkötter), onde fiquei, na foz do rio do Povoamento, onde ele entronca com o rio Braço do Norte, km 13 da estrada Anitápolis - Santa Rosa de Lima.
Finalmente os pontos 32 e 33 são do começo de meu retorno por uma estrada alternativa, que me levou até a localidade de "Rio dos Pinheiros, já no asfalto da SC-407 (onde tem a capela de S. Pedro e S. Paulo...)

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